Lília de Oliveira Camargo Thomé

Minha mãe veio morar comigo, em Brasília, em 1990, e conheceu o Tai Chi no início dessa década, quando, durante suas caminhadas matinais, viu um grupo que se reunia todo dia na Entrequadra 104/105 Norte e fazia uns exercícios diferentes.

Um dia se aproximou e alguém a convidou para participar da prática.

Ela estava com mais de 70 anos, mas era uma pessoa muito ativa e resolveu praticar também.

Sem exagero, esse fato mudou a vida dela. Começou a ter mais disposição, conheceu pessoas e se entrosou com muitas delas, passando então a ter sua própria turma de amigos. Antes ela conhecia apenas meus amigos.

Mestre Woo a chamava de “professora”, coisa que ela foi mesmo a vida toda, até se aposentar. Ele, sempre muito atencioso, a aconselhava a não ultrapassar seus limites

, respeitar o que o corpo permitia.

Quase sempre, nas festividades do Tai Chi, ela lia poesias e textos alusivos à data, escrevia textos em homenagem a aniversariantes.

Em seu aniversário de 92 escreveu um texto que vou reproduzir, pois ele resume, melhor do que minhas palavras, o sentimento dela.

“Ao completar 92 anos, seria um egoísmo enorme de minha parte pedir alguma coisa a

quem quer que seja. Por isso, hoje, gozando de plena saúde e estando muito feliz pelo meu aniversário, agradeço a Deus por ter permitido chegar até aqui plena de corpo e alma.

Agradeço ao Mestre Woo e a todos os professores do Tai Chi que, com sua sabedoria e conhecimentos me deram ânimo e alegria, contribuindo para com esta longevidade.

A convivência com todos vocês, meus amigos carinhosos do Tai Chi, é muito importante para mim e sou feliz por fazer parte dessa família maravilhosa.

Espero ter retribuído, ao longo destes anos, um pouco do enorme carinho e amor que recebi de vocês.

Muito obrigada.”

Lilia Thomé

Por Maria Sílvia Camargo Thomé